Tilburg, 23 de abril de 2025, Fráter Lawrence Obiko CMM
Como testemunho, sou profundamente grato pela oportunidade de ter tido um encontro pessoal com o Papa Francisco durante uma audiência particular com a União dos Superiores Gerais em Roma, bem como na Convenção Internacional da Família Vicentina, também em Roma. Ao testemunhá-lo pessoalmente, vi a verdadeira imagem de um Pastor, alguém que genuinamente vive e caminha nos passos de Cristo. Sua humildade, compaixão e compromisso inabalável de servir aos outros me inspiraram profundamente. Em cada gesto, ele exemplificou o que realmente significa ser um líder servidor. Suas ações diárias, marcadas pelo amor, simplicidade e empatia, continuam a dar testemunho de seu autêntico discipulado. Esse encontro deixou uma marca duradoura em meu coração, desafiando-me a viver uma vida de propósito e serviço mais profundos.
O que podemos aprender com o legado de “humildade e serviço” do Papa Francisco?
Em um mundo muitas vezes dividido pelo poder, orgulho e indiferença, o Papa Francisco tem sido uma humilde testemunha do amor radical de Jesus. Ele não andou à frente de Cristo, mas ao lado Dele, abraçando as estradas empoeiradas, os corações feridos e as lágrimas silenciosas dos esquecidos.
Como Jesus, que chorou com os aflitos e se alegrou com os redimidos, o Papa Francisco liderou com compaixão. Sua voz ecoou a misericórdia do Salvador, lembrando-nos de que ninguém está fora do alcance do abraço de Deus. Em cada visita à prisão, em cada palavra aos sem-teto, em cada ajuda aos pobres, vemos a mão gentil de Cristo agindo nele.
Ele usava sua humildade não como um distintivo, mas como um chamado. Declinando da grandeza, ele escolheu a companhia dos humildes e viveu entre eles, incorporando a força tranquila do Evangelho. Como o Carpinteiro de Nazaré, ele exaltou os outros e se afastou da glória para si mesmo.
Por meio de sua incansável defesa dos pobres, dos migrantes e dos marginalizados, Francisco honrou Jesus, que disse: “Tudo o que fizerdes ao menor , é a mim que o fazeis”. Ele nos mostrou que o amor pelos marginalizados não é opcional, é o coração do Evangelho.
No espírito Daquele que disse: “Pai, perdoa-lhes”, Francisco nos ensinou a perdoar, a começar de novo e a confiar na infinita misericórdia de Deus. Ele nos lembra que a Igreja não é como uma fortaleza, mas um hospital de campo, aberta para todos os que sofrem.
Ele foi um servo até o fim, ajoelhou-se para lavar os pés de estranhos, assim como Jesus fez. Em um mundo desesperado por poder, ele escolheu a toalha e a bacia.
Sua alegria é contagiante, não ingênua, mas profundamente enraizada Ressurreição. Francisco nos convida a ter esperança, a viver a alegria do Evangelho e a encontrar luz mesmo nas sombras.
E em uma época em que o julgamento muitas vezes afoga a compreensão, suas palavras “Quem sou eu para julgar?” soam com graça, oferecendo um espaço para que cada alma caminhe em direção a Deus sem medo.
O Papa Francisco, assim como o Mestre que ele , não era perfeito, mas era fiel. E em sua fidelidade, vemos o Cristo vivo.
Sua bênção final no Domingo de Páscoa, 20 de abril de 2025, tem um profundo significado espiritual e simbólico, tanto para a Igreja Católica quanto para o mundo. Sua Urbi et Orbi final não foi apenas um rito tradicional, foi uma despedida, uma bênção envolta em esperança, amor e o chamado duradouro à paz.
Que seu testemunho continue a inspirar a nós, a Igreja e o mundo inteiro a trilhar o caminho do amor, da humildade e da misericórdia.