Ver, comover-se e agir
Misericórdia não é somente algo para nos engajar; é um tipo de atitude de vida, que se manifesta numa sequência de atos: ver, comover-se e mover-se. Começa com ver: ver quem é o outro, na sua dignidade e unicidade, Ter atenção para com o outro e se abrir. “Comover-se” significa que a pessoa se deixa tocar, deixa o outro entrar no coração. Isso é o segundo passo. O outro percebe isto quando finalmente entramos em ação e nos fazemos vizinho ou próximo dele.
Colaboração
Praticar misericórdia não é um ato qualquer de caridade; é o fruto de ser profundamente comovido, ser tocado num nível profundo do seu ser. Misericórdia possibilita vida e deixa surgir o bem da pessoa. Torna o relacionamento entre os homens: cordial, hospitaleiro, respeitoso e solidário.
Misericórdia pede também colaboração. Devemos nos comprometer com tudo que temos e somos para realizar a misericórdia. E por fim descobriremos que isso não é suficiente. Precisamos dos outros para praticar a misericórdia estruturalmente e também para sermos reforçados em nossa atitude pessoal.
Prática
Misericórdia é uma atitude de vida que precisa treino diário. Através de silêncio, reflexão, encontro, conversa, cuidado, dar e receber, simplesmente fazendo alguma coisa. A atitude de misericórdia implica também em ser misericordioso consigo mesmo.
Irmão misericordioso
Não podemos falar de misericórdia sem nos referir a Jesus que nos mostrou como podemos ser misericordiosos e como colaborar para o reino de paz e justiça. Conhecida é sua história do Bom Samaritano, como ilustração das perguntas: Quem é nosso próximo? E até que ponto a pessoa deve se envolver? O evangelho de Mateus 25 oferece uma lista de atos misericordiosos, que numa tradição antiga foram especificados em 14 obras de misericórdia. Através dessas obras podemos ajudar as pessoas que perderam sua dignidade pessoal e humana.